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Conto - Mistérios na Cidade - Capítulo 4

20 agosto 2011


Capítulo 4 - Conversas e Idéias

4.1 Na volta para casa

Você deve ter percebido que o capítulo anterior terminou e não se falou nada sobre Paula e Alpha. Vamos voltar um pouco no tempo.

Enquanto Tomas se surpreendia com uma lenda urbana que a uns dias atrás ele apostaria que não era real, Paula e Alpha conversavam e tomavam algumas doses. A noite se esvaía e uma tontura boa aparecia. É curioso que, apesar de os dois estarem um pouco tontos, Paula ainda demonstrava alguma dignidade, enquanto Alpha estava prestes a perder toda a que ainda possuía:

- Paula, agente se conhece a tanto tempo, por que nunca ficamos juntos?

Realmente eles se conheciam a mais tempo do que eram capazes de lembrar e desde que começaram a beber ela sempre fora mais forte que ele nessas horas. Vergonhoso é verdade:

- Garota eu gosto tanto de você... a tanto tempo.



Ela tinha um sorriso nos lábios, mas continuava calada. Isso o deixava nervoso.

- Essa deveria ser a hora em que nós nos beijamos.

- No dia que você tiver a coragem de me dizer isso de cara limpa eu beijo você.

- Eu vou me lembrar disso então.

- Na verdade não vai não. Vamos para casa Alphonse.

Ele não gostava de ser chamado assim e ela sabia disso, mas também sabia que não havia problema, já que ele não se lembraría de reclamar.
4.2 Reunião
Os quatro amigos se encontravam na sala da casa de Alpha, cada qual jogado ao seu canto. O desânimo era geral, não era a ressaca que os incomodava, talvez um pouco o Tomas que não estava acostumado com isso, ou a Alpha que ultrapassara todos os limites. O motivo do incômodo era a guerra que se aproximava, os acontecimentos do último fim de semana foram o estopim, assim que um dos lados fizesse algo o outro se vingaria. Isso daria início a um ciclo de vinganças sucessivas cujo o fim seria imprevisível. Os mais prejudicados seriam os que se encontrassem no meio de tudo, na maioria das vezes pessoas inocentes.
- O qua agente vai fazer? – começou Alpha.
- Temos muitas opções, alguma boas e outras nem tanto, mas eu acho que nosso amigo Tomas tem algo em mente.
- Tenho sim. Eu tenho uma idéia.
4.3 Ideias
A primeira vez que ouvimos algo é sempre mais impactante do que a segunda ou a terceira.
Quando ouvi o que Tomas tinha a dizer percebi de cara a força que a ideia dele possuía. Pela primeira vez alguém estava fazendo alguma coisa para mudar o rumo que tudo isso estava tomando. Pela primeira vez não éramos meros passageiros de nossas vidas, finalmente estávamos nos tornando, apesar de não sabermos na época, os senhores de nossas vidas.
Ele queria criar um grupo não agressivo que ajudaria as pessoas. Sim na verdade aquilo poderia ser facilmente interpretado como uma nova gangue, mas a verdade é que não era bem isso. No fim precisávamos de olhos em todos os cantos da cidade para que pudéssemos avisar a todos dos perigos, ou seja precisávamos de muitos membros e precisávamos de uma rede de comunicação instantânea entre todos eles, fossem quanto fossem.
Precisávamos estar on-line e para isso precisávamos de um programadores. Foi mais ou menos nessa hora que fomos procurar o S0uL.
4.4 S0uL

“Cara eles queriam algo incrível. Algo louco. Algo que nunca tinha sido feito. Ao menos não do jeito que queriam. Imagine uma rede social fechada, onde só pode entrar quem você convidar. Simples né? Bem eles queriam saber onde cada pessoa estaria, como se cada pessoa tivesse um GPS, mesmo que ela não tivesse um. Queriam saber, com base nos dados fornecidos, os lugares da cidade que precisavam de mais membros. Queriam saber quem eram as pessoas mais indicadas a serem chamadas para o grupo. Queriam saber quem não deveria ser chamado por pertencer a outra gangue ou por qualquer outro motivo. Em resumo eles queriam saber tudo. E isso era muito difícil.

O programa precisaria colher dados na web. Dentro e fora da rede social. E depois disso ele precisava pensar, analisar, decidir. O programa precisava TOMAR DECISÕES. O programa precisava estar vivo. Precisava de uma alma, ou seja, precisava de mim.

Ele seria o Night Crawler... ou em bom português... o Rastejador Noturno.

4.5 A Última Reunião

Estava quase pronto. Havia demorado, mas estava quase pronto. A guerra já era fato. Era notícia em todos os lugares. A previsão de Lúcio se mostrou muito precisa. Os confrontos eram constantes e todos que estavam perto se machucavam.

Isso gerou raiva e a raiva nunca é uma boa conselheira. A raiva levou o grupo a uma última reunião antes que os Noturnos se tornassem uma gangue de verdade. Essa reunião só teria um único assunto. Um único ponto seria debatido... a parte de que seria um grupo não ofensivo.

A expressão de Tomas era de desespero. Ele olhava para todos procurando apoio, mas não achava que fosse conseguir. Nem mesmo Lúcio o apoiava de que seria algo imprudente contra-atacar. Ele e S0uL se mantinham neutros. Simplesmente não se importavam. Alpha e Paula eram a favor de revidar, na verdade os dois sempre escolheriam o mesmo lado e para fechar  o grupo, o Lutador juntara-se a eles e queria acabar com todos aqueles que estavam causando o caos em sua cidade.

Tomas estava sozinho.

- Façam o que acharem melhor. Só não me envolvam nisso. Não quero participar dessas lutas. Não quero nem estar perto.

- Não se preocupe. Os noturnos terão muitos olhos, mas também terão muitos braços. Não haverá motivo para você lutar.

Alpha fez uma pausa e quando continuou tentava se explicar ao amigo.

- Tomas. Você sabe que depois do que aconteceu não temos outra escolha. As coisas passaram do limite e agora temos de mostrar quem somos. Não podemos apenas alertar. Você entende.

- Sim entendo.

O garoto não entendia. Sabia o que acontecera com Alpha e Paula. Até tinha estado lá, mas ainda assim ele não entendia.

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