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[Conto] Irmãos - Prólogo - Nas Sombras

25 abril 2010

Irmãos
Prólogo


Aguardei pacientemente em frente a casa do deputado. Desde cedo aquela chuva não parava, mas afinal naquela cidade ela raramente parava. Me envolvi melhor em meu sobretudo e me encolhi em meu esconderijo, dessa forma evitava o frio e me escondia melhor para que não fosse visto da rua. Olhei o relógio e descobri que estava próximo do horário do criminoso aparecer, todos os indícios estavam lá, ele viria eu tinha certeza. A chuva seguia firme enquanto eu imaginava qual seria o desfecho da minha tocaia, nesse momento ouvi dois tiros sendo disparados de dentro da casa. Gritaria dentro da casa e no rádio. Meu camaradas não sabem o que aconteceu e na verdade eu também não. Como teria ele passado por todos nós? Nesse instante percebo um vulto pular o muro e correr em direção a um beco, suas passadas espirrando água por todos os lados enquanto se afastava.

- Suspeito saindo pelos fundos da casa. Iniciando perseguição.

Não pude ouvir a resposta, pois já estava longe e encharcado. Entrei no beco e pude ver o suspeito espirrar água enquanto virava correndo para a esquerda. Naquela direção provavelmente tentaria chegar ao terminal rodoviário e sumir em algum ônibus para qualquer lugar longe da cena do crime. Tentei correr mais rápido, mas com as roupas encharcadas não obtive grande sucesso. Virei e pude ver que se não fizesse algo ele escaparia, estava sem idéias e isso não era nada bom. Ele olhou para trás e pude perceber que ele usava uma máscara de hóquei, nesse momento eu atirei visando sua perna direita. Ele se jogou e fez um rolamento para a esquerda, aparentemente se livrando do disparo e entrando em um beco. Com o tempo perdido durante a manobra eu consegui encurtar a distância entre nós e virar no beco logo atrás dele.

Assim que entrei percebi que era sem saída, mas ele continuava a correr em frente. A água espirrava e escorria tingida de vermelho, ele havia sido ferido. Do lado esquerdo do beco, parcialmente encoberta nas sombras, se escondia uma escada de emergência e ela era a última esperança do fugitivo. Percebendo isso não tive dúvidas e saltei em sua direção para tentar agarrá-lo. Consegui e ele se desequilibrou para frente. Ele percebeu que iríamos cair e tentou uma cotovelada para se livrar de meus braços. Seu cotovelo encontrou o meu rosto e o sangue espirrou e foi rapidamente diluído pela água, mas mesmo assim não o larguei, caímos juntos. Ele foi de peito no chão e sua máscara saiu de seu rosto deslizando até a parede do beco.

Me levantei e apontei a arma para suas costas enquanto ele também se levantava. Não escaparia dessa vez, estava sem saída.

- Vire-se para cá!

Ele obedeceu calma e silenciosamente. Me arrependi no momento em que pude ver seu rosto.

- Irmão!

Um sorriso saiu de seus lábios, mas não havia nenhuma felicidade nele.

Pude ouvir passos se aproximando correndo. A chamada no rádio. O reforço.

- Suma daqui! Rápido!

O sorriso sumiu de seu rosto e ele concordou com um sinal de cabeça. Rapidamente pegou a máscara.

- Nos vemos depois policial.

Subiu pela escada e rapidamente alcançou o topo do prédio desaparecendo de vista. Os policiais não tardaram muito a chegar e se espantar com todo aquele sangue que escorria de meu supercílio. Falei que o suspeito havia se desvencilhado de mim e saído do beco, eles continuaram a perseguição e não encontraram nada. Não posso dizer que fiquei surpreso.

Fui aconselhado a ir ao médico para "dar uma olhada no ferimento", mas nesse momento isso poderia aguardar. Precisava falar com alguém. Precisava falar com meu querido irmão.

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4 comentários:

Anônimo disse...

curioso amor!!!!!!!

Anônimo disse...

literatura intessante,curiosa muitobem escrita parabéns!!!!

Anônimo disse...

literatura curiosa,bem escrita parabéns!!!

Anônimo disse...

muito bem escrito ......... parabéns!!!

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