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Especial Dia do Amigo I - Até o Fim

19 julho 2011


Até o Fim



Algumas pessoas dizem que tudo encontra o seu fim em algum momento. Acho que eu posso discordar disso. As coisas importantes de verdade nunca encontram um fim. Encontramos o nosso antes. Digo fim no singular porque estávamos juntos, porque lutamos juntos até o fim e porque morremos lutando pela mesma mesma pessoa. Sim o fim, apenas um. Acho que me adiantei demais, você pode pensar que é legal começar a contar a história pelo fim, mas a verdade é que eu tenho problemas para organizar as ideias mesmo.



Agora percebo que não me apresentei ainda, desculpe. Meu nome é John e me lembro de ser amigo de  Johnny desde sempre. Isso é algo bom, crescer com uma pessoa e manter contato com ela durante a vida toda, poucas pessoas tem amigos assim. Eu mesmo só tenho um.



Outra coisa que sempre nos acompanhou foi o sonho de ser cavaleiro. Queríamos participar de grandes batalhas, realizarmos grandes feitos e sermos lembrados para sempre nas canções. A noção de “para sempre” não está totalmente formada quando se é criança. Já percebeu a imensidão dessa palavra? Bom nós não percebíamos quando éramos crianças e fingíamos não perceber conforme fomos crescendo.



Tudo indicava que nosso sonho de criança seria apenas isso. Sonhos. Fumaça. Seria algo que um vento empurraria para longe de nossas mentes, mas não foi. Devo dizer que não merecemos o mérito todo. A coisa mudou à nosso favor quando conhecemos Sam. Ele tinha ascendência nobre e tudo para ele era mais fácil. Tudo é mais fácil quando você conhece as pessoas certas e nós conhecemos a pessoa certa.




Sam nos tratava como amigos. Era clara a diferença de classes, mas Sam nunca falou nada a respeito. Até um dia. Ele percebia nosso esforço para nos tornar cavaleiros, mas também percebia que não conseguiríamos alcançar nosso objetivo. Um dia ele disse. “Vocês não vão conseguir. Infelizmente vocês não vão conseguir. Não por falta de força ou talento, mas simplesmente porque vão preferir colocar filhos de pessoas mais abastadas como cavaleiros antes de vocês.” Ficamos chocados com tamanha sinceridade, mas sabíamos ser verdade e imaginávamos que devia custar muito para alguém tão gentil como Sam falar algo assim para nós. Foi então que ele fez a proposta: “São homens como vocês que eu gostaria de ter ao meu lado e não nobres com o nariz empinado que com certeza encontrarei pelo caminho. Vocês morreriam por mim? Dariam suas vidas lutando por mim?” Não paramos nem um segundo sequer para pensar. Ambos sabíamos a resposta, ambos desejávamos somente uma coisa no mundo e morreríamos por qualquer um que nos desse a mínima esperança de conseguir o que queríamos. Ainda mais quando essa pessoa era um amigo.



“Sim. Quantas vezes for necessário.”



Nós nos tornamos cavaleiros e lutamos grandes batalhas. Eu, Johnny e Sam. Juntos. Por vezes lado a lado. Por vezes um de costas para o outro. Não tenho certeza que tenhamos conseguido escrever nossos nomes na história para sempre, como Arthur ou Lancelote, mas tenho certeza que tudo tem um preço. Ser cavaleiro tinha tido o seu, nós só não tínhamos pago ainda.



Novamente me adiantando, me desculpe, mas acho que é fácil de entender que Sam tinha um problema e queria nossa ajuda. Viemos a descobrir muito tempo depois que ele tivera uma noiva e a amara com todas as forças de seu coração, mas ela fora assassinada. Como um nada. Como se não fosse nada para ninguém. Como se não fosse nada para Sam. Nem todos os nobres eram como Sam, gentis e bondosos. Nem todos os nobres pagariam para dois plebeus sonhadores se tornarem cavaleiros. Na verdade bem poucos fariam isso. A maioria assassina pessoas. E foi o que esse fez com a noiva de Sam.



Então um dia ele encontrou o que procurava. Sam encontrou o nobre assassino e desejou sua vingança. Desejou matá-lo mais forte do que eu e Johnny jamais desejamos ser cavaleiros. Nós o entendíamos e nunca nos passou pela cabeça negar o seu desejo. O  acompanhamos até o fim. Estávamos lá quando ele enfiou sua espada o mais fundo que pode no coração do desgraçado. Estávamos lá quando os guardas nos cercaram e lutamos até o fim como sempre fizemos. Lado a lado.



Poucos segundos antes da batalha final e desesperada Sam pediu desculpas por nos ter levado para a morte. A resposta foi simples. “Você nos tornou cavaleiros. Você nos tornou algo que sozinhos nunca conseguiríamos ser e por esse favor amigo... não temos vidas suficientes para te pagar.” E isso era a mais pura verdade.



Você deve estar pensando que nós não conseguimos gravar nossos nomes para sempre na história, mas como disse eu antes  as coisas importantes de verdade nunca encontram um fim. A nossa amizade será para sempre.

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Falando um pouco sobre honra e amizade até o fim! Gostei de escrever isso foi bem interessante, o engraçado é que eu escrevi antes de ler Guerra dos Tronos... se fosse depois acho que seria um pouco diferente talvez...

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