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Especial de Halloween - Minha História de Sucesso II

31 outubro 2011


Parte II - Natural x Sobrenatural


Eu me sentei em um bar, coloquei os braços na mesa até os cotovelos e olhei para frente. Ele sentou na cadeira da frente trazendo as bebidas e começou a me contar a história que vou te contar agora.

Sabe agente não está sozinho e não estou falando de seres de outro planeta, estou falando de outra espécie em nosso próprio planeta. Uma que suga nosso sangue e nós não somos nem mesmo capazes de perceber a sua presença. Na verdade a infiltração deles nas camadas altas da sociedade é tão grande que agente já foi à guerra muitas vezes pelos seus interesses. Simplesmente porque o estilo de vida americano, vamos dizer assim apesar de sabermos que esta é uma definição ruim, é melhor para que eles se camuflem em nosso meio. Com esse estilo de vida se criam coisas para fazer durante a noite, um espírito consumista forte e uma grande apatia em relação ao próximo. Desse modo ninguém se importa se uma dúzia de garotas some durante a noite, desde que sua própria vida seja confortável. Sabe como é, carro na garagem, tv com milhões de polegadas e muitos produtos da apple espalhados pela casa.

Estou divagando de novo. Enfim esses caras tem muitos olhos e braços. Na verdade estiveram observando eu me afundar mais e mais até o ponto em que eu fiquei tão sem escolha que eles imaginaram que eu não me importaria nem um pouco em me meter nesse tipo de coisa. O pior é que estavam certos. Eu não me importei. Aliás assim que a historinha terminou eu disse. “Foda-se. Se eles vão continuar me pagando o que estão pagando, então eles tem direito a um pouquinho de sangue. Vivemos em um país livre oras.” Meu amigo pareceu aliviado com minha resposta. “Ainda bem. Se você não concordasse eu teria de te matar.” Não ri. Sabia que era verdade. Apenas perguntei sobre as outras pessoas. Ele foi me apontando uma a uma e dizendo quem era um “chupador de sangue” e quem era segurança extra.

Eu só pedi a ele que dissesse com todas as letras e ele falou. “Eles são vampiros cara.” Não foi tão chocante como eu imaginei, mas serviu para a ficha cair de verdade e colocar tudo em pratos limpos, afinal agora eu sabia que meus patrões não eram boas pessoas. Não eram nem pessoas cara. O pior foi que eu não me importei, achei que iria me importar, mas não me importei.

Me pagando aquilo tudo eles podiam chupar uns pescoços por ai a vontade que eu não iria impedir. Se me pagassem o dobro eu até daria na boquinha deles, pelo triplo eu traria um canudinho e um babador. Na verdade eles passaram a me pagar o dobro em minha nova função que não tinha nada a ver em servir o lanchinho deles. Estava mais ligado com, vamos dizer assim, gerenciar pessoas. Basicamente eu ficava de olho em todos para ver quem saia da linha e se eu desconfiasse de alguém o seguia por um tempo para confirmar. Nem preciso dizer o que acontecia com os traidores, né? Bom, depois que os matava levava para um necrotério e o corpo “sumia”. Simples assim. Eu gosto de pensar em mim como um resolvedor de problemas, mas não pega muito bem falar isso, então eu digo para as pessoas que eu sou gerente de rh da empresa. Meu amigo cuida das contratações e eu das demissões. Minha tarefa é consertar os erros dele na verdade.

Teve uma vez que a polícia resolveu encrencar com agente, você pode achar que isso é algo normal, pois esse é o trabalho deles, mas a verdade é que não é nada normal. Os policiais estão todos nos bolsos dos chefes, pelo menos os que importam. São empregados pela organização ou subornados, no fim dá na mesma. Mantém a polícia no canto dela e a coisa continua como está.

Nessa época o chefe que assumiu era insubornável, o verdadeiro capitão Nascimento. Só que por aqui as coisas não dão tão certo assim para os honestos. O tal do chefe resolveu infiltrar alguém no  esquema dos vampiros, mas você sabe que isso não deu muito certo nem no cinema. O esquema foi bem feito devo admitir. Novato, vindo de outro estado, não possuíamos muitas informações, mas ele parecia estar metido em muitas coisas barra pesada, enfim foi o suficiente para enganar os caça talentos.

A coisa começou a desandar quando os chefes começaram a chegar perto dele. Na verdade a permitir que ele os visse. Não sei o que pode ser, mas os bichos parecem ter uma espécie de sexto sentido. Nunca parei para perguntar como ou por que, afinal ainda tenho alguma sanidade, mas eu sei que um dia o chefão me chamou durante uma festa e disse para que só eu ouvisse: “Olhe o novato.” Para eles, até eu sou um novato, mas ele era o da vez. “Ele é um policial, ou alguma coisa assim. Quero que você descubra o que está acontecendo e mate os envolvidos. Se o chefe de polícia tiver algo haver com isso... vai receber uma lição.” Eu falei sim senhor e olhei para o novato. Ele estava tirando foto de alguma coisa. Quando percebeu que eu estava olhando guardou o celular instintivamente, havia se traído, nem o gesto de positivo que fez depois para mim conseguiu restaurar minha confiança.

Eu chamei meu amigo e falei com ele sobre o assunto. Ele chamou o novato para conversar após a festa. Lógico que o rapaz ficou desconfiado, mas foi mesmo assim, esse foi o erro dele. Não que fugir adiantasse, mas poderia dar algumas horas a mais de vida para ele.

Amarramos ele e começamos a torturá-lo. Não creio que você queira ouvir mais que isso sobre essa parte da história, mas o que importa é que todo homem tem um limite e ele também tinha o dele. O que posso dizer, o chefe estava certo, como sempre. Ele era um policial e o capitão caveira estava por trás da operação. Eu matei o rapaz e fui conversar com o chefe de polícia.

Eu peguei ele quando estava saindo do trabalho. Eu o espanquei até ele desmaiar, sabe como é, todo mundo tem um limite, até os caras que acham que não. Peguei o rapaz e o levei para um lugar onde ninguém acharia agente. Quando acordou a cabeça do subordinado estava no colo dele. Isso pode parecer meio fora de moda, mas funciona.

“Sabe, meu erro foi acreditar que você não faria merda e que eu não precisaria te matar. Bom, estou sempre pronto para corrigir meus erros.”

Ele parecia estar um pouco amedrontado, mas resistia bem, afinal ele precisava manter a pose. A sessão de tortura que se seguiu minou a resistência dele aos poucos, apenas para o final que o chefe havia preparado. Ele queria saber por que eu não acabava com ele. Foi nessa hora que chegaram os convidados de presas afiadas com sede de sangue.

“Tava esperando eles Capitão. O chefe queria que você entendesse que não pode vencer, porque o inimigo está muito acima da sua capacidade. Até nunca mais meu Capitão.”

Prestei uma continência debochada e sai. Não vi o que aconteceu, mas pude ouvir. Os gritos dele foram de dar pena, só que nessa época eu já não sentia mais nada. Nada mesmo, talvez um desgosto por esse mundo superficial em que vivíamos, mas nada muito profundo. Indiferença, isso era a única coisa que eu sentia de verdade.

Foi mais ou menos por essa época que o chefe achou que já era a hora de virar um deles. Sabe, de verdade mesmo, com dentes e tudo. Eu aceitei lógico, afinal eu já não era humano a algum tempo, perder minha alma de vez não faria um diferença tão grande. Só adiaria minha ida para o inferno. Se com o meu novo trabalho eu já era um sucesso, imagine agora que eu teria minhas próprias presas...

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