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O imortal e o assassino - Primeira Parte

17 outubro 2011

. Não é grande feito ter nascido com qualidades. Tento entender como pode parecer fazer muito apenas possuir o que todos desejam, mas a maioria discorda da minha opinião. Acreditam que ter é melhor do que pegar do zero e construir tudo, o esforço não vale nada, como dizia meu pai.

. Falo isso, pois vejo como as pessoas gostam de certo moço. Só tem qualidades que nasceram com ele e diminuem ao contrário de somar, pois ele destrói as que têm. É um jovem, adorado pela grande maioria, como já disse, devido as suas qualidades tão honrosas e santificadas. Quase um santo para quem o conhece, pelo menos pela maioria.

. Nasceu em berço de ouro, sempre está com boas vestes, com chapéu e roupa bem reta ao corpo. Fala de tudo como se tivesse estado presente em cada fato, tem a resposta para qualquer pergunta na ponta de sua língua. Até a forma como fala com as pessoas mostra o quanto tem de humildade. Enfim, tudo que é possível para se adorar alguém e para se odiar ao mesmo tempo.

. Digo isso, pois o que vou narrar é uma história de amor e ódio que tivera para com esse rapaz. Chama-se Charles e o que aconteceu com ele foi fruto de sua tão idolatrada imagem.

- Vou sair à rua, pretendo ver o que ocorre na esquina, disse ao pai que repousava quase todas as horas do dia na porta da casa.

. Ao sair à rua se abaixou para tirar a sujeira que estava no bico de seu sapato. Por um momento olhou para trás e sentiu um vento quente, como de um sopro, mas não devia ser nada. Não se preocupou e também não possui medo.

. Andou vagarosamente com a mesma sensação até chegar à porta da casa de seu amigo, Joseph. Bateu a porta, mas não havia ninguém. Esse seu amigo era de bastante confiança, apesar de terem pouca intimidade, Charles gostava de compartilhar a mesma sala que o amigo, que também era um bom ouvinte.

. Olhou a porta e depois ao chão, então achou um bilhete saindo da fresta abaixo.

- Resolvendo negócios de extrema importância, se eu conseguir, não voltarei.Era um bilhete confuso e não havia ninguém para explica-lo. A solução era deixa-lo onde estava e dar meia volta, já era noite e parecia cansado, apesar de nunca trabalhar, pois não precisava.

. Porém, realmente havia alguém atrás do jovem. Uma pessoa não tão glorificada quanto ele e não tão sem medos. Este andava olhando para os lados, odiava andar a noite. Apesar de ser um criminoso e de ter intenções cruéis tinha medo de que alguém tivesse as mesmas intenções com ele. Portanto, guardava a arma dentro do paletó. Uma arma pequena e por ser um sujeito pobre, tinha apenas uma bala.

. Ao ver que Charles saia ele arremessou uma pedra que estava a sua mão para frente de sua vítima, tentando desviar a atenção. Quando o olhar do alvo se dirigiu para sua frente ao ouvir o barulho o revólver foi ativado, o projétil saiu na direção da cabeça e atingiu com precisão.

. Estava feito. Aproximou-se para se vangloriar em cima do corpo e para confirmar se o seu negócio estava resolvido. A resposta veio por meio de uma indagação assustada:

- Por que diabo Charles está sem sapatos?

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